Gabinete Integrado de Gestão Migratória discute as primeiras ações

Entre as primeiras medidas que serão adotadas está a implantação de um Centro de Atendimento ao Migrante no município de Pacaraima

18/10/2016 20:07    Acessos : 580

Entre as primeiras medidas que serão adotadas está a implantação de um Centro de Atendimento ao Migrante no município de Pacaraima

Por: Raustman Gondim
Fotos: Diego Ferreira

Na manha desta terça-feira, dia 18, integrantes do GIGM (Gabinete Integrado de Gestão Migratória), implantado pelo Governo do Estado ontem, se reuniram pela primeira vez, na sala de monitoramento da Defesa Civil Estadual, para discutir as medidas que serão adotadas.

Foram levantadas informações sobre questões sanitárias, saúde pública, segurança, educação, controle do processo imigratório, postos de controle ao longo da BR-174, questões indígenas e apoio do Governo Federal. A discussão desses temas tem por objetivo promover um diagnóstico mais preciso do fluxo migratório dos últimos anos em razão da grave crise venezuelana.

Entre as primeiras medidas que serão adotadas está a implantação de um Centro de Atendimento ao Migrante no município de Pacaraima com a participação de representantes de todos os órgãos do Gabinete.

Conforme explicou a secretária do Trabalho e Bem-Estar Social, Emília Campos, muitos venezuelanos vêm a Roraima e mais especificamente a Boa Vista em busca de atendimento médico. Ela explicou que esse posto na saída do município na fronteira ficará responsável em realizar um levantamento diário sobre a entrada e saída de estrangeiros e quais as demandas mais urgentes.

“Precisamos de um diagnóstico de quantas pessoas estão vindo para Boa Vista com visto provisório em busca de exames médicos, trabalho, comida ou educação. A implantação desse posto em Pacaraima nos auxiliará no levantamento desses dados”, disse.

O comandante geral do Corpo de Bombeiros Militar de Roraima e Coordenador Estadual da Defesa Civil, coronel Edivaldo Cláudio Amaral, destacou o processo imigratório venezuelano como uma situação completamente atípica e que exigirá um grande envolvimento de todos os órgãos do Gabinete.

“Para a gente, se trata de uma experiência nova e muito diferente do que estamos acostumados a lidar. É algo inédito para Roraima. Enfrentar um processo imigratório dessa magnitude é complicado, mas estamos dando os primeiros passos para somar esforços com todos os seguimentos da sociedade a fim de amenizar as consequências dessa situação”, declarou.

O delegado da Polícia Federal, Marcos Ribeiro, informou durante o encontro, que a grande maioria dos pedidos de permanência dos venezuelanos é de refúgio. Esses pedidos podem levar de 2 a 3 anos para serem julgados pelo Conare (Comitê Nacional para os Refugiados). “Em razão da grande demanda estamos fazendo o agendamento dos pedidos, mas até que seja julgada a condição de cada um deles, não podemos fazer nenhuma análise prévia”, disse. O delegado também falou das medidas que estão sendo adotadas pela Superintendência local a fim de conter o fluxo imigratório de forma irregular.

Para o coronel Amaral, o envolvimento de órgãos federais, estaduais e municipais, contribui consideravelmente para o sucesso das ações. “Tínhamos uma visão somente da Defesa Civil, mas reunindo todos os órgãos passamos a ter uma visão geral do problema que está instalado no estado, tanto em Boa Vista, quanto lá em Pacaraima. A partir de agora vamos colocar em prática as primeiras ações e no próximo encontro vamos avaliar se estamos alcançando os resultados esperados”, concluiu.

ASCOM/DACRP/CBMRR e SECOM